Era assim - VII
As selhas da roupa
"Antigamente, (...) não havia água canalizada, nem muito
menos pias de lavar roupa, geralmente feitas em cimento, nem sequer
tanques públicos, construídos de pedra basáltica, para lavagem e
branqueamento da dita cuja.
Assim as mulheres e as raparigas, por vezes ainda muito novinhas, que aos homens essa tarefa era “proibida”, tinham que se deslocar às ribeiras para lavar, branquear e “coarar” (...) a roupa."
Para evitar essas deslocações, muitas vezes longas e demoradas, as mulheres iam lavando em casa a roupa que mais se utilizava, como as fraldas das crianaças que, à época, eram todas de tecido.
Faziam-no em "grandes selhas de madeira, com a borda bem mais alta do que as
outras e que tinham como anexo um lavadouro, também ele de madeira. Este
era uma simples e grossa tábua de madeira, rectangular e com variadas
ranhuras paralelas e simétricas num dos lados, que a tornava áspera, de
modo a que nela se esfregasse a roupa como se um verdadeiro lavadouro de
pedra se tratasse e que constituiu a antecessora dos lavadouros de
cimento que surgiram, anos mais tarde, a quando do abastecimento de água
à freguesia.
As “selhas da roupa” um utensílio de grande utilidade, de uso
quase diário na década de cinquenta. Hoje a perderem-se na memória do
tempo e reduzidas à expressão mais simples, ou seja a pequenas
miniaturas que os artesãos locais vão ostentando e guardando para que a
sua memória não se perca."
Que luz nesta foto! Incrível.
ResponderEliminarÉ o branco Solar do Alentejo. ��
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