António da Loja - O Fotógrafo de Mora


A G P António Gonçalves Pedro
o António da Loja

António Gonçalves Pedro nasceu em Cabeça das Mós, no Sardoal, em 1927, mas viveu toda a sua vida activa em Mora, onde viria a falecer, aos 72 anos, deixando um arquivo com mais de cem mil negativos, na sua maioria retratos.

Chegou a Mora com 16 anos, para trabalhar como marçano na drogaria de um conterrâneo, da qual se tornaria mais tarde proprietário. Interessado pela fotografia desde muito jovem, foi numa divisão da loja que instalou o seu "Studio Fotográfico", a primeira instalação concebida de raiz para a fotografia no concelho de Mora.
 
Ao longo de meio século, o "António da Loja" fotografou praticamente todos os habitantes do concelho. Quando o Bilhete de Identidade se tornou obrigatório, abriu sucursais em casas arrendadas nas freguesias de Pavia e Cabeção. Uma vez por semana, ia lá fotografar os aldeões, munido de um ecrã de cinema que desenrolava como fundo. Nesses casos, usava sempre a luz natural, recorrendo apenas à luz artificial no trabalho de estúdio e ao flash nas reportagens de casamentos.

AGP – o nome que usou como fotógrafo – imprimia provas rectangulares enquadradas a partir dos negativos 6x6, de modo que as fotografias entregues aos clientes tinham sempre um enquadramento diferente dos negativos inteiros.
 
Diante das suas fotografias, como observa o crítico João Lopes, "estamos perante um Portugal genuinamente radical, isto é, colado às raízes do que somos, do que sentimos, do que sabemos (e não sabemos) da nossa identidade, dos nossos estilos de sermos pessoas, dos nossos modos de vivermos em colectividade".

Texto (excerto): José Sá / Estação Imagem
Edição fotográfica: Luís Vasconcelos / Estação Imagem



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