O Maravilhoso Reino Fungi
Há os bons e os maus.
São como duendes escondidos na floresta e espreitando de quando em quando por entre a folhagem. Uns são muito travessos e espalham uns venenos mortais em quem ousa confrontá-los e degluti-los. Estes são os maus. Outros são mais afáveis, não que sejam mais bonitos, e deixam-se levar pelos campos fora, embalados em cestos, sem saberem que acabarão na panela ou na frigideira, cortados em bocadinhos. Estes são os bons. Há, ainda, os que espalham magia e nos fazem adoidar. Estes são os aluados.
Assim é o Reino Fungi, habitado por centenas de seres a que chamamos cogumelos 🍄 As portas invisíveis deste reino estão abertas aos visitantes apaixonados pelo mundo da micologia nas áreas de montado e pinhal que circundam a Vila de Cabeção. Viajar através deste reino é aprender uma nova linguagem, interpretar a expressão silenciosa destes duendes de formas e cores muito diversas, discretos, escondidos nos solos, cobertos de folhas.
José Aleixo e Luís Ribeirinho da Silva guiaram-nos neste passeio e muito nos ensinaram sobre cogumelos. Ensinamento enriquecido pelo conhecimento rigoroso e detalhado da Engenheira Marta Ferreira, que nos mostrou e demonstrou que temos que usar a visão, o tacto, o olfato e o palato na identificação destes seres vegetais que usam chapéu. A visão dá-nos a primeira informação sobre o exemplar que se tem à frente. A cor, a textura, o tamanho e formato do chapéu e do pé, a cor do látex. O sabor deste último pode ser mais adocicado ou mais apimentado, ficando muitas vezes no palato durante um longo período de tempo. Os mais amargos, mesmo os comestíveis, não devem ser ingeridos porque o seu sabor depois de cozinhados não é um prazer para as papilas gustativas.
O sabor e o odor que exalam, embora de definição sempre subjectiva, são também dados diferenciadores.
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