Pavia no regaço de um sol morno
11 Novembro 2020
Pôr do sol
Imagem estilizada a partir de uma foto de Maria Rosa Croca Pinheiro
Outonos
uma velha folha de plátano solta-se do seu pé de sempre,
balanceando-se elegantemente num céu parado,
e bocejando,
bocejando,
cai sonolenta.
Fora da sombra das árvores o chão já verdeja.
um verde-vicio, cheio de luz,
cheio de querer encher-nos de surpresas.
Tu, de braços abertos,
danças no regaço de um sol morno,
imitas borboletas em voos de noiva,
e corres a colher no ar essa folha desprendida.
presenteias os meus olhos com esse adorno de Eva,
que em ti tudo revela,
que em mim tudo floresce.
E tornamo-nos serpentes,
seres enigmáticos.
Desmedidos outonos.
17 Setembro 2020
(poeta de Pavia)
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